“Mais que um mangá de
esportes, Hinomaru Zumou é um ensinamento de que quaisquer que sejam as
dificuldades, o importante é ir além.”
Acho
difícil (leia-se impossível) que alguém que esteja lendo este texto se
interesse por sumô. Se mesmo no Oriente, onde surgiu o esporte, ele é
considerado pelos mais jovens como ridículo, o que dizer então do Ocidente que,
além de toda sua história de “respeito” aos costumes orientais, não conhece os
valores e tradições que envolvem a arte.
Ainda
assim, o mérito de Hinomaru Zumou é mostrar que o sumô vai muito além de dois
caras grandes de cueca se empurrando e que a beleza de uma arte é exatamente
aquilo que está por trás dela.
Do
mangaká Kawada e publicado pela Weekly Shōnen
Jump, Hinomaru Zumou conta a história de Ushio Hinomaru, um garoto que tem como
o sonho se tornar o grande Yokozuna, título dado àquele que está no topo do
sumô japonês. Mas tudo isso parece impossível para alguém como ele que mede
apenas 1,60 m de altura. Além disso, Hinomaru entra no colégio Dachi, que
possui um fraco clube de sumô, mas nada vai abalar sua determinação, que continua a mesma: SER O
MELHOR!
A
história parece bastante clichê, não? O protagonista, forte, mas desacreditado
por todos, entra para um grupo que também é conhecido como o mais fraco, mas todos
trabalham para que possam se tornar os melhores. Essa é a premissa básica de
diversos outros mangás não apenas de esportes, mas vários outros shōnens (mangás voltados para o público jovem masculino). Então o que torna Hinomaru Zumou tão
especial?
Antes
de qualquer outro ponto, devemos considerar o desenrolar do enredo. Mangás de
esportes costumam sempre focar suas tramas em grandes campeonatos, onde os
protagonistas devem se superar e ganhar títulos, sendo que com Hinomaru não
é diferente. O diferencial do roteiro aqui é não focar apenas nas lutas (até
porque as do esporte costumam durar poucos segundos), mas sim no impacto que o
sumô causa não só nos personagens principais, mas também em todos aqueles a sua
volta.
O
autor sabe que o sumô não é visto com bons olhos entre os mais jovens, mesmo no
Japão, e faz questão de trazer isso para a sua obra através do ponto de vista
daqueles que não conhecem o esporte, assim como o leitor. Os personagens
principais são ridicularizados, motivos de zuação pelas “cuecas” (o nome é
Mawashi, ok?), mas ainda assim são apaixonados por aquilo que fazem e isso faz
com que aqueles que os acompanham também sintam certa admiração não só pelo
sumô, mas também pela “vontade” dos lutadores.
Mas
o que realmente difere Hinomaru Zumou de outras obras é a lição que a mesma
traz sobre superar seus limites. Ushio é alguém que encontrou várias
dificuldades na vida. Apaixonado pelo sumô, mas com um corpo “fraco”, ao invés
de desistir ele continuou a treinar sua Técnica e Espírito (que juntos ao Corpo formam
o tripé de um lutador) para assim superar seus desafios. Não só nos esportes,
mas em nossa vida precisamos superar obstáculos que parecem intransponíveis.
Constantemente
somos postos à prova ao encarar dificuldades enormes e, aparentemente, sem
solução. Mas é justamente aí que precisamos mostrar nossa paixão por aquilo que
almejamos e com esforço, muito esforço, ir além dos nossos limites. Mesmo tendo
uma corpo que nunca vai deixar de ser pequeno, para Ushio seu sonho é algo tão importante que ele não vai deixar algo assim lhe parar, sendo que ver essa
trajetória contra o impossível é o que nós faz gostar tanto do mangá.
Mas
é claro que há muitas outras histórias na obra que são sensacionais, desde
Ozeki, capitão do time de sumô do colégio Dachi, que até a chegada de Hinomaru além de ser o único membro do clube, mal
tinha um lugar para treinar, até a de Yuuma, um delinquente do mesmo colégio
que, após ser derrotado pelo protagonista, entra para a equipe de sumô afim de descobrir
o que de tão grande há no esporte que faz o baixinho ter tanta paixão por ele.
Além
disso, a arte do mangá é SENSACIONAL. Os momentos de lutas são trabalhados em
um traço que, apesar de detalhistas, mostram com bastante clareza o que está
acontecendo no quadro. Mas o destaque mesmo vai para a representação das
técnicas, que normalmente são acompanhadas de desenhos ao melhor estilo
oriental, capazes de encher os olhos de qualquer um.
A arte do mangá é realmente um show a parte! |
Como grande fã de histórias de superação (vide o Vale a Pena! de Gurren Langann), não tenho como não me empolgar com essa incrível obra que é Hinomaru Zumou. Para quem se interessar, pode clicar aqui para ter acesso ao capítulos disponíveis em português.
E
então, o que achou do Vale a Pena! da semana? Já conhecia a obra? Sugestões,
dicas e opiniões são sempre bem-vindas nos comentários. Lembrando que agora também temos uma página no Facebook, então não se esquece de curtir para não perder nenhuma atualização. Até o próximo post!
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