[Review] A Entidade


       
          O que faz um bom filme de terror? Sustos? Tensão? Mistério? E se no meio do filme você já "sacar" o final? Ele fica pior por isso? A Entidade mostra que isso não é necessariamente verdade, mas pode tornar o filme muito melhor.

[ALERTA: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS DO FILME]

          Apesar de ser classificado normalmente classificado como terror, A Entidade (Sinister, no original) pode ser facilmente classificado como suspense. O que mais me cativou no filme não foram as cenas "sustinho", mas sim todo o clima de mistério que o envolve.

          Dirigido por Scott Derrickson (de O Exorcismo de Emily Rose), o filme conta a história de Ellison Oswalt (Ethan Hawke) um escritor de livros um tanto quanto estranhos. Os mesmos tratam de crimes reais e em sua grande parte macabros. Na tentativa de escrever um novo sucesso, ele se muda com sua mulher, Tracy (Juliet Rylance) e seus dois filhos, Trevor (Michael D´Addario) e Ashley (Clare Foley) para uma casa onde uma família fora encontrada morta, restando apenas a filha mais nova, que estava desaparecida. As coisas começam a ficar macabras quando Ellison encontra uma caixa com videos caseiros, contendo cenas não apenas do assassinato da família dessa casa, mas de algumas outra. A partir daí, eventos cada vez mais estranhos começam a acontecer e o escritor precisa descobrir o que está acontecendo para poder salvar sua família.


          Nesse ponto você deve estar pensando: mais um filme clichê de filmes de espíritos. Um pouco. Mas o mais interessante aqui não é o que acontece ou mesmo o porquê, mas sim descobrir como e para onde seremos levados ao fim. Deixem eu me explicar melhor. Para aqueles que, como eu, são apaixonados por filmes de terror, já assistiram vários filmes e conhecem todos os clichês, a partir de um pouco mais da metade do filme já terão descoberto o que se passa. Não que o filme faça um mal trabalho em esconder isso, pois apesar de criar um mistério, ele dá todas as dicas para o que vai acontecer, mas isso é que justamente faz o dele bom: ter coragem para fazer o que se propõe.

          Acredito que não apenas eu, mas todos que gostem do gênero terror estão cansados do tipico "final feliz" onde o pai consegue se livrar do demônio ou seja lá o que for que os atormentem e todos vivem felizes para sempre, ou pior, o "final feliz falso", onde tudo vai bem, até que na última cena é mostrados que na verdade o sobrenatural (ou assassino) continua lá e dá tudo errado. A Entidade faz diferente, mostra um desfecho em que não há escapatória, e no fim mostra que... realmente não há. Não existe covardia aqui: o filme se propõe a algo e o cumpre, e é justamente isso que nos faz simpatizar por ele.

          Mas claro, há diversão para todos os gostos aqui. Para quem gosta de sustos, têm cenas de sustos. Para quem prefere um terror mais "psicológico" (tensão, cenas "perturbadoras"), também encontraram boas cenas aqui. O filme chega a trazer um conflito interno para o personagem principal, um escritor que experimentou seus 5 minutos de fama, e agora busca exageradamente isso novamente, mesmo que isso magoe aqueles a sua volta. Entretanto, não passa muito além disso, servindo mais como uma motivação para a permanência do mesmo na casa do que qualquer outra coisa.


          Dentre todas a cenas, acredito que o filme peca apenas na última, tornando-a mais longa do que o necessário, mostrando uma cena um tanto quanto "boba" do Mr. Boogie (a Entidade de fato) carregando a criança. Seria melhor deixar isso em aberto, já é possível deduzir isso em uma cena anterior, não sendo preciso entregar tudo mastigado. Entretanto, isso não estraga o fim, apenas dá um toque azedo a ele, e a sempre quem goste de azedo.


         Nota: 3,5/5

          Também assistiu o filme? Gostou? Odiou? Deixe seu comentário aqui embaixo :v

Publicado por: Unknown

20 anos. Apaixonado por mangás, HQs e academia (sério). Estudante de Direito nas horas vagas.
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