“Estou feliz de ter conhecido o Derek, sabe? Porque... Não por ele ser
melhor do que eu, todo mundo é melhor que eu. Ele faz com que eu me sinta
melhor, porque ele é melhor que todos. Derek pegou o melhor atalho possível. O
único que é bom, o único que funciona, que é a bondade.”
É
difícil falar sobre Derek. Não pelo fato da série ser ruim ou algo do tipo, até
porque a mesma é excelente. Mas dentro do show há uma mistura tão grande de
sentimentos, de momentos, de sensações que são passadas ao telespectador, que
não é difícil nos flagrar rindo e chorando ao mesmo tempo de uma só cena. Combinando
de uma maneira excelente drama e comédia como nunca vi igual, Derek é sem dúvida
alguma uma série que Vale a Pena! sua atenção.
Escrita,
dirigida e protagonizada por Ricky Gervais (um dos criadores do The Office
britânico), a série gira em torno de Derek, um homem que possui algum tipo de
debilidade mental (sugere-se que seja autismo, mas tal fato nunca é confirmado)
e que trabalha como cuidador em um Lar para Idosos. Também temos Hannah, que
administra o lar, Dougie, que trabalha como um faz-tudo, e Kev, um vagabundo tarado
que visita o local com frequência. Além deles, há os idosos que vivem no lar.
Muitos deles sofrem de Alzheimer, inclusive foram usados pessoas com a doença de
verdade na produção do show.
Só
de ler a sinopse já deu para perceber que a série não é para qualquer um, não é?
Aqui Gervais tem a tarefa de fazer o telespectador rir com piadas feitas sobre
a deficiência de um personagem. As limitações de Derek e as situações em que
ele se mete por causa dela são que dão o tom cômico ao show. Porém, o que
poderia ser um desastre se fosse feito por mãos incompetentes, ou que não
tratassem a questão da maneira como deve ser, aqui se torna um show de risadas
e lágrimas.
Por
se passar em um casa de repouso, cujos moradores já se encontram no final de
suas vidas, a morte é um elemento comum durante toda a trama. Isso contribui
para alimentar o tom dramático da produção, porém ajuda a compor a relação
dispare que há entre ele e a comédia. São momentos em que estamos em um
funeral, vivenciado a morte de um dos moradores, mas que são quebrados com os
trejeitos do protagonista e de seus amigos. Como eu disse, a série não é para
qualquer um.
Outro
acerto da produção é o formato documentário em que a mesma é gravada. Em
diversas partes da história, temos os depoimentos de personagens que ajudam não
apenas a entender as situações, como são cruciais para entendermos os
comportamentos daquelas pessoas que muitas vezes acabam desabafando nesses momentos.
A
série cumpre bem o que promete: nos fazer rir com doses absurdas de humor negro
e, ao mesmo tempo, chorar com aquelas situações que não estão distantes da
gente. Esse é o maior acerto do show: trabalhar de maneira tão natural questões
que, por mais que estejam ao nosso lado, tratamos de evitá-las, seja pelo medo
de sermos indelicados ou pelo simples fato de não querermos conversar sobre o
assunto. Claro que tudo isso é abordado de maneira sensível e sútil (não espere
nenhuma piada abusiva, como é normal em produções nacionais), mostrando não uma
realidade exagerada com personagens estereotipados, mas sim as nuances da vida
real.
E
então o que achou do texto? Dicas, sugestões e comentários são sempre
bem-vindos. Para os que se interessaram na série a mesma está completamente disponível
na Netflix, então não perca tempo. Até o próximo post!
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